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sábado, 6 de novembro de 2010

...eu ouvi por aì

"O pior inimigo do bom e' o melhor"

domingo, 17 de agosto de 2008

Poema do Adeus

"Otro poema! Yo bien podría haberlo dicho hace un tiempo. Pero ahora toca a mí oírlo, ver sus versos abrumadoramente echados a la cara de alguien que, de tan cercano a mí, puede que sea yo, a motivo de las razones que solo un corazón enamorado puede tener. Que triste cuando el amor desear echar raíces en un terreno que se da a la fuga, se marcha...no por mala fe, sino porque sencillamente ya no puede estar allí. Que el cosmos te sea indulgente, chaval!


Poema do Adeus

Esses são versos de adeus!
Esqueça dos beijos meus...
Cansei dos sonhos...
Esqueça meus lábios risonhos!

Vou partir por outras paragens!
Quem sabe encontro à felicidade?!
Na plumagem de uma flor...
Na variedade de tons da cor?!

Estou sedenta por delicadezas
Choro agora de tristeza
Por tanto engano!...

Desço o pano... Fecho a cortina...
Encerro a cena!
Arrependo-me como Madalena
Dos meus pecados
Tão bem decifrados por ti!
Perdi a lucidez
Numa total insensatez!

Quero que te ausentes
Desta minha louca vida!...
Desta alma dorida
Que chora o adeus...
Adeus... Aos lábios teus!

Adeus a esta louca paixão
Acendida entre ternuras e lassidão...
Em over dose de amor!...
Ipês em flor...
Tapetes de luar...
Verde azul oceano...
Águas profundas do mar!...

Não tente decifrar
Este louco coração
Que explodiu em paixão...

Encontre-me na minha poesia
Numa canção... Ou melodia...
Sinta esta minha nostalgia
Que me impulsiona
A um novo amanhecer!
Novo viver... Sem você!

Carmen Vervloet

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Vida e morte

Ontem soube da notícia trágica de que houve um homicídio na minha terra. Ato insano por sua própria natureza, chocou ainda mais pela futilidade da motivaçao: numa manobra mal-sucedida, um motorista de um caminhao tocou e arranhou levemente uma moto. Sem saber, acabava de assinar sua sentença de morte. Três tiros à traiçao ceifou sua vida. Absoluta maldade, crua desumanidade, terrível estupidez, maldita perversidade que empalidece as cores do bem!
E aquele homem mergulhou, definitivamente, na transcendência, no mistério da eternidade.
(Vida e morte)

As cortinas precisam fechar,
O espetáculo acabou,
A luz se apaga.
O público se despede, se levanta, se retira.
O ator terminou a sua performance,
Nao há mais cena,
Nao há mais poema,
Nao há mais música,
Nao há mais melodia.
O ator se foi,
Cumpriu seu ato derradeiro.
A vida parece uma encenaçao teatral,
Às vezes, tragédia
Às vezes, drama
Às vezes, comédia.
É poiésis.
Presença,
Ausência,
Providência,
Mistério,
Início....fim!

Luciano

domingo, 15 de junho de 2008

Lembrando de um poeminha

Remexendo meus arquivos, descobri esse "esforço" de poema. Esperava alguém que, naquela noite, nao veio!

12/MAIO/2005
23:45 h

A porta aberta
A janela aberta
O livro aberto
A música aberta
Os sons abertos
Os olhos abertos
Os ouvidos abertos
O desejo, a vontade abertos
O coração aberto
Minh´alma aberta
Meu ser aberto à sua espera...
Pena! Você não veio.

(Luciano)

sábado, 14 de junho de 2008

Romaria, de José Inácio Vieira de Melo

(do blog do noblat)

Dentro de mim, nas lonjuras,
bem dentro do meu juízo,
um romeiro caminhando
em busco do que preciso.

Oh que caminho tão longe
cheio de pedra e de areia,
tenho que firmar o passo
e romper essas cadeias.

Pergunto, em meu desatino,
aonde ir? Que lugar?
Por que a sina da cigarra
Esparramando o cantar?

Certo, sou aquele que parte
numa eterna romaria,
faça sol ou faça chuva,
seja de noite ou de dia.

O caminho que percorro
não o da Rosa dos Ventos,
pois ele surge do nada,
de acordo com o momento.

Oh que estrada mais comprida,
tanto azul, tanta poeira,
em que plaga do Universo
estará meu Juazeiro?

Cada qual tem seu destino:
Pedro Vaqueiro tangia
gado pelo mundo afora;
seu Fortunato fazia

forno pra queimar tijolo;
Manezin Tetê, meu tio,
caçava tatu e onça
com o luzeiro dos pavios.

Lá me vou com minha cruz,
são poucos beiços de açude
e tantas léguas tiranas.
Maior e vária é esta sede

que vale cada passada
desta minha romaria.
Peregrino de mim mesmo
no meio da travessia.

José Inácio Vieira de Melo é poeta e jornalista. Publicou os livros Decifração de Abismos (2002) e A Terceira Romaria (2005), dentre outros. É co-editor da revista Iararana e colunista da revista Cronópios. Coordena o projeto Poesia na Boca da Noite. Leia mais sobre José Inácio Vieira de Melo.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Rima a uma amiga especial: Nahama!

Uma rima a Nah-Ama!

Na chuva que jorra e derrama
No vento que sopra e assanha
Na história em que se perde e se ganha

Aqui, acolá ou no Alabama
No rádio, TV, no programa
Na sombra, no sol ou na fama

Diáfano, diátono, diagrama
Sons, notas, pentagrama
Carta, coisa, telegrama

Deus, Alá, Buda, Brama
Alfa, beta, zeta, gama
Rei, rainha, servo, dama

Comédia ou drama
Pavio ou chama
Fruta ou rama

Na trama
Na lama
Na grama
Na cama.............NAH-AMA!

(Luciano)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Poeta Chico

Futuros Amantes
Chico Buarque

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios no ar.

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos.

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Todo mundo vai embora um dia...mas volta!

Faltando duas semanas pra pisar, de novo, o chao de minha terrinha, posto aqui uma música que uma amiga especial me mandou. Há músicas que têm essa magia de parecer que foram feitas pra determinado momento da vida da gente...e que ao ouvi-la provoca aquela catarse impressionante, aquela sensaçao do belo, aquela purificaçao inexplicável da alma.
Chama-se VAI, e é de um grupo de reggae de Brasília chamado ALMA DJEM!
Oferecida com especial ternura, muita saudade e todo o meu imenso amor...à minha família!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Caminhar sempre


Caminar sempre,
Nao importa como
Sozinho, em par, em ímpar
Carregado, empurrado, obrigado
Alegre, triste, de bem, de mal
No caminho feito, no caminho por fazer
Reto ou em curvas,
Sorrindo ou chorando.

É preciso caminhar,
Juntar as trouchas
Nem que sejam fardos,
Nem que sejam dardos,
Nem que sejam cacos de ilusoes perdidas
De sonhos rotos,
De lágrimas vertidas,
De medos obscuros.

Seguir sempre,
Sendo flores, cores ou dores.
Seguir sempre,
Com a razao,
Com o coraçao,
Com os pés ou as maos.

Porque...o vento sopra,
A chuva cai,
O sol aparece
O dia nasce
As folhas secam
A noite vem
A lua mingua, cresce, enche
A música começa
O show termina.
O vizinho se casa
Os amantes se encontram
O ex-amor é amor de outro.


Tudo continua movimento
Tudo segue sendo.
O tempo nao pára
Ainda bem...a vida nao pára.

Luciano Reis Porto

domingo, 18 de novembro de 2007

Fragmentos do mestre Elomar

“Sonho que na derradeira curva do caminho
Existe um lugar sem dor, sem pedras, sem espinhos
Mas, se de repente, lá chegando eu nao encontrar,
Seguirei em frente, caminhando a procurar.

Caminando eu vou nesta estrada sem fim/
Levando meu mocó de saudade e esperanças
Que a vinda juntou pra mim”. (Cavaleiro do Sao Joaquim)
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“Já tá fechano sete tempo que minha vida é caminhar, púlas istradas do mundo Dia e noite sem parar/ já visitei os sete reinos adonde eu tinha que cantar.........!
Tô de volta, já faz tempo que deixei o meu lugar/ Isso se deu quando moço que eu saí a percurá/ ......Lá no céu vejo a lua nova, companhia do istradar” (Cantiga de istradar)
_____________________________________
“Bem de longe na grande viagem, sobrecarregado, páro a descansar.
Emergi de paragens ciganas, pelas maos de Elmana, santas como a luz
E em silêncio contemplo, e entao mais nada a revelar.
Fatigado e farto de clamar às pedras, de ensinar justiça ao mundo pecador.

Ó lua nova, quem me dera, eu me encontrar com ela
No pispei de tudo, na quadra perdida, na manha da estrada
E começar tudo de novo”.
(A meu Deus um canto novo)
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"Lá na Casa dos Carneiros onde os violeiros/vão cantar louvando você
em cantiga de amigo, cantando comigo/somente porque você é
minha amiga mulher/lua nova do céu que já não me quer.

Dezessete é minha conta/vem amiga e conta/ uma coisa linda pra mim,
conta os fios dos seus cabelos,/ sonhos e anelos/ conta-me se o amor não tem fim
madre amiga é ruim,/ me mentiu jurando amor que não tem fim.

Lá na Casa dos Carneiros, sete candeeiros/ iluminam a sala de amor
sete violas em clamores, sete cantadores/ são sete tiranas de amor,
para amiga em flor/ qui partiu e até hoje não voltou.

Dezessete é minha conta/ vem amiga e conta uma coisa linda pra mim,
pois na Casa dos Carneiros, violas e violeiros/ só vivem clamando assim:
madre amiga é ruim/ me mentiu jurando amor que não tem fim".
(Cantiga de amigo)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Mâos - uma metáfora


Acredito que a "mao" seja a metáfora de todas as vicissitudes humanas, quer sejam belezas, quer sejam feiuras. Com ela agimos, com ela fazemos ou desfazemos!! É a mao que abre a porta ao amigo e o traz ao abraço; é a mao que afaga o rosto da amada ou do amado, do filho, do pai e da mae queridos; é a mao que amassa o pao, que lavra a terra, que faz o aviao; é a mao que enxuga a lágrima (nossa ou do outro), faz o verso, faz o texto, parte e reparte o fruto; é a mao que quebra os grilhoes, derroca o "rei"...embora também seja a que aperta o gatilho, lança a pedra, desfere o golpe, usa o açoite.

De qualquer forma, nao há como viver sem a metáfora-mao, ou mao-metáfora. Nao vivemos sem o quê nos motive, empurre, incentive, puxe. Precisamos sempre de uma "maozinha", às vezes mais, às vezes menos. Mas, sempre...pra acertar a estrada, pra reavivar a esperança, pra confirmar os planos, pra construir os sonhos. Da mao do estranho que lhe doa uma moeda depende o cantor do metrô; das maos da platéia depende o aplauso efusivo que dá vigor à alma do artista; das maos de seus pais dependem os primeiros, os segundo e os terceiros passos do filho; das maos do operário as cidades se elevam; das maos do poeta se faz o poema; das maos do maestro a orquestra se harmoniza; das maos dos amantes o amor toma forma. Com as maos construímos nosso (micro) (macro) mundo.

Por isso, um "rabisco de poema" dedicado às maos (feito num tempo de grande vivência desta metáfora).

NOSSAS MÃOS

Mãos que se vêem/ mãos que se crêem
Mãos que se encontram/ mãos que se reencontram
Mãos que se anunciam/ mãos que acariciam
Mãos que são beijo/ mãos que são desejo

Mãos que se enlaçam/ mãos que se entrelaçam
Mãos que se enfeitam/ mãos que se respeitam
Mãos que se cuidam/ mãos que se ajudam
Mãos que se doam/ mãos que se entoam

Mãos que se cansam/ mãos que se descansam
Mãos que se falam/ mãos que se calam
Mãos que são choro/ mãos que são consolo
Mãos que calejam/ mãos que alvejam.

Mãos que são bondade/ mãos que são saudade
Mãos que são dom/ mãos que são som
Mãos que são puras/ mãos que são curas
Mãos que aceleram/ mãos que se esperam

Mãos que se pegam/ mãos que se entregam
Mãos que se unem/ mãos que se fundem
Mãos que se chamam/ mãos que se AMAM.

Mãos na vida
Mãos nos sonhos
Mãos na lida.

Mãos aqui e acolá
No céu, na terra,
No mar e no caminhar.

Mãos... Vestidas ou nuas
Nossas mãos.
A MINHA e a TUA.

(LUCIANO REIS PORTO)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Numa praça de Madri




A hora de Fênix

Um dia, o dia parou
A luz virou trevas
A terra secou
As folhas caíram
O frio surgiu
O fiorellino murchou

Fez-se inverno, tudo dormiu
Fez-se fardo, tudo pesou
Fez-se dor, tudo tremeu

O andar, que era fácil, ficou triste
O olhar, que era calmo, se fechou
O sentir, que era puro, se turvou
O sorrir, que era simples, nao existe

A certeza, que era firme, virou sorte
A estrada...leste, oeste, sul ou norte
A promessa que era forte e bem marcada
A verdade, que era certa, fez-se nada

Toada sem viola, versos sem rima
Letra sem música de um cego na esquina
Violao sem cordas, música sem tom
Piano sem teclas, melodia sem som

Teve medo do abandono, e ele veio
De quem mais esperava, só um gesto derradeiro
O temor da perda se fez laço e nó
Na hora mais precisada, ficou só

Para o sonho, o real
Para o beijo, fel e sal
Para o tempo, a rua, a cidade,
Lembranças, lágrimas, saudade

E nos cacos das ilusoes rotas, queimou-se
Das chamas, fez súplicas e oraçao
E das cinzas restantes......morte e ressurreiçao!


Luciano Reis Porto