segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Todo mundo vai embora um dia...mas volta!
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Caminhar sempre
Nao importa como
Sozinho, em par, em ímpar
Carregado, empurrado, obrigado
Alegre, triste, de bem, de mal
No caminho feito, no caminho por fazer
Reto ou em curvas,
Sorrindo ou chorando.
É preciso caminhar,
Juntar as trouchas
Nem que sejam fardos,
Nem que sejam dardos,
Nem que sejam cacos de ilusoes perdidas
De sonhos rotos,
De lágrimas vertidas,
De medos obscuros.
Seguir sempre,
Sendo flores, cores ou dores.
Seguir sempre,
Com a razao,
Com o coraçao,
Com os pés ou as maos.
Porque...o vento sopra,
A chuva cai,
O sol aparece
O dia nasce
As folhas secam
A noite vem
A lua mingua, cresce, enche
A música começa
O show termina.
O vizinho se casa
Os amantes se encontram
O ex-amor é amor de outro.
Tudo continua movimento
Tudo segue sendo.
O tempo nao pára
Ainda bem...a vida nao pára.
Luciano Reis Porto
domingo, 18 de novembro de 2007
Política II



Íntegra do documento entregue a Lula pelo PT Madri
ABERTURA - III Encontro Petistas Europa - Paris 1 de junho 2007
DEBATE SOBRE O III CONGRESSO NACIONAL DO PT
DEBATE SOBRE MIGRAÇAO E PLENARIA FINAL
Fragmentos do mestre Elomar

Existe um lugar sem dor, sem pedras, sem espinhos
Mas, se de repente, lá chegando eu nao encontrar,
Seguirei em frente, caminhando a procurar.
Caminando eu vou nesta estrada sem fim/
Levando meu mocó de saudade e esperanças
Que a vinda juntou pra mim”. (Cavaleiro do Sao Joaquim)
Emergi de paragens ciganas, pelas maos de Elmana, santas como a luz
E em silêncio contemplo, e entao mais nada a revelar.
Fatigado e farto de clamar às pedras, de ensinar justiça ao mundo pecador.
Ó lua nova, quem me dera, eu me encontrar com ela
No pispei de tudo, na quadra perdida, na manha da estrada
E começar tudo de novo”. (A meu Deus um canto novo)
em cantiga de amigo, cantando comigo/somente porque você é
minha amiga mulher/lua nova do céu que já não me quer.
Dezessete é minha conta/vem amiga e conta/ uma coisa linda pra mim,
conta os fios dos seus cabelos,/ sonhos e anelos/ conta-me se o amor não tem fim
madre amiga é ruim,/ me mentiu jurando amor que não tem fim.
Lá na Casa dos Carneiros, sete candeeiros/ iluminam a sala de amor
sete violas em clamores, sete cantadores/ são sete tiranas de amor,
para amiga em flor/ qui partiu e até hoje não voltou.
Dezessete é minha conta/ vem amiga e conta uma coisa linda pra mim,
pois na Casa dos Carneiros, violas e violeiros/ só vivem clamando assim:
madre amiga é ruim/ me mentiu jurando amor que não tem fim".
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Mâos - uma metáfora


De qualquer forma, nao há como viver sem a metáfora-mao, ou mao-metáfora. Nao vivemos sem o quê nos motive, empurre, incentive, puxe. Precisamos sempre de uma "maozinha", às vezes mais, às vezes menos. Mas, sempre...pra acertar a estrada, pra reavivar a esperança, pra confirmar os planos, pra construir os sonhos. Da mao do estranho que lhe doa uma moeda depende o cantor do metrô; das maos da platéia depende o aplauso efusivo que dá vigor à alma do artista; das maos de seus pais dependem os primeiros, os segundo e os terceiros passos do filho; das maos do operário as cidades se elevam; das maos do poeta se faz o poema; das maos do maestro a orquestra se harmoniza; das maos dos amantes o amor toma forma. Com as maos construímos nosso (micro) (macro) mundo.
Por isso, um "rabisco de poema" dedicado às maos (feito num tempo de grande vivência desta metáfora).
Mãos que se vêem/ mãos que se crêem
Mãos que se encontram/ mãos que se reencontram
Mãos que se anunciam/ mãos que acariciam
Mãos que são beijo/ mãos que são desejo
Mãos que se enlaçam/ mãos que se entrelaçam
Mãos que se enfeitam/ mãos que se respeitam
Mãos que se cuidam/ mãos que se ajudam
Mãos que se doam/ mãos que se entoam
Mãos que se cansam/ mãos que se descansam
Mãos que se falam/ mãos que se calam
Mãos que são choro/ mãos que são consolo
Mãos que calejam/ mãos que alvejam.
Mãos que são bondade/ mãos que são saudade
Mãos que são dom/ mãos que são som
Mãos que são puras/ mãos que são curas
Mãos que aceleram/ mãos que se esperam
Mãos que se pegam/ mãos que se entregam
Mãos que se unem/ mãos que se fundem
Mãos que se chamam/ mãos que se AMAM.
Mãos na vida
Mãos nos sonhos
Mãos na lida.
Mãos aqui e acolá
No céu, na terra,
No mar e no caminhar.
Mãos... Vestidas ou nuas
Nossas mãos.
A MINHA e a TUA.
(LUCIANO REIS PORTO)
Direitos Humanos, desejos humanos
"Derechos humanos" é a linha de pesquisa do mestrado em Direito da Universidade Carlos III de Madri (http://www.uc3m.es/). O Instituto Bartolomé de las Casas é o responsável pela organizaçao e conduçao do curso, que é parte integrante do Doutorado em Direitos Fundamentais.
A marca especial do curso é seu enfoque jusfilosófico (embora nao se descuide da abordagem desde a perspectiva do direito internacional). Figuras como Gregório Peces-Barba, Perez-Luño, Eusébio Fernandez, Elias Díaz, históricos representantes da filosofia do direito espanhol, sao presenças constantes, além de professores-visitantes de fora como Boaventura de Souza Santos, Leonardo Boff, Mario Losano, Ronald Dworkin (este, talvez, o mais destacado e seguido jusfilósofo atualmente vivo).
Contudo, todavia, entretanto, há uma quase completa ausência de referências ao pensamento jurídico latino-americano, e muito menos brasileiro. Infelizmente, o ranço eurocêntrico sutilmente (ou nao tanto) resiste. Já surgiu a idéia entre os colegas latinos de fundarmos um grupo que chamaremos de "Pensamento jurídico marginal", pra ser contraponto, pra promover a dialética fecunda da divergência e diversidade de idéias.
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos".
(Declaraçao Universal, art. 1º)
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Numa praça de Madri
Um dia, o dia parou
A luz virou trevas
A terra secou
As folhas caíram
O frio surgiu
O fiorellino murchou
Fez-se inverno, tudo dormiu
Fez-se fardo, tudo pesou
Fez-se dor, tudo tremeu
O andar, que era fácil, ficou triste
O olhar, que era calmo, se fechou
O sentir, que era puro, se turvou
O sorrir, que era simples, nao existe
A certeza, que era firme, virou sorte
A estrada...leste, oeste, sul ou norte
A promessa que era forte e bem marcada
A verdade, que era certa, fez-se nada
Toada sem viola, versos sem rima
Letra sem música de um cego na esquina
Violao sem cordas, música sem tom
Piano sem teclas, melodia sem som
Teve medo do abandono, e ele veio
De quem mais esperava, só um gesto derradeiro
O temor da perda se fez laço e nó
Na hora mais precisada, ficou só
Para o sonho, o real
Para o beijo, fel e sal
Para o tempo, a rua, a cidade,
Lembranças, lágrimas, saudade
E nos cacos das ilusoes rotas, queimou-se
Das chamas, fez súplicas e oraçao
E das cinzas restantes......morte e ressurreiçao!
Viagem (Paris - Lisboa - Fátima)
Mas o fim do mundo, desde que o mundo se consumou dando-lhe a volta, é o mesmo Entepfuhl de onde se partiu. Na realidade, o fim do mundo, como o principio, é o nosso conceito do mundo. É em nós que as paisagens tem paisagem. Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são; se são, vejo-as como às outras. Para que viajar? Em Madrid, em Berlim, na Pérsia, na China, nos Pólos ambos, onde estaria eu senão em mim mesmo, e no tipo e gênero das minhas sensações?
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Ciudades de España
Certa vez, numa aula pública, para uma seleçao de professor de filosofia, buscando explicar para a banca examinadora o conceito de vivência, usava a analogia da viagem. Eu posso ler todos os livros sobre certo lugar, que me falem de todos os pontos, ruas, praças, igrejas, museus, etc. Porém, nada substitui um passeio - de dez minutos que seja - nesse mesmo lugar...porque isso é uma vivência, é um estar ali. E viajar é pura vivência. Costumes, histórias, tradiçoes, comidas, símbolos, pessoas.
Por isso, sempre que posso, quando o tempo ($$$) e os compromissos me permitem, dou uma escapada...a pé, de ônibus, de trem, ou aviao (de companhia low cost, claro), sozinho ou acompanhado. Simplesmente, vou. Tenho certeza de que vou voltar com a mala quase vazia pra casa, a nao ser por meus livros. Mas, levarei meus passeios por Madri... a caótica Gran Vía, o Paseo del Prado, o Parque do Retiro, os Jardins Sabatini, a Praça Maior, o 2º andar do Museu Reina Sofia com Picasso e Dalí, o flamenco do Bar La Soleá; levarei a chuva de granizo que me apanhou pelos estreitíssimos becos de Toledo; a caminhada interminável pelas ruas da linda Salamanca, ou las fallas de Valência; a visita à Sagrada Família, em Barcelona; a Plaza Espña, a Catedral e a Torre del Oro, em Sevilha; o ar místico de Santiago de Compostela; a religiosidade de Nossa Senhora de Fátima; o bondinho de Lisboa; os + ou - trinta reais que tive que pagar numa cerveja em Paris...ai que dor no bolso!!! Enfim, uma infinidade de lembranças, idéias e liçoes.
Agora, o mais bonito nisso tudo, sabe o que é? É, no final, ter mais saudade de casa...é ter a certeza de que o seu é o melhor lugar do mundo.
Fotovídeo Itália
Um dos momentos mais emocionantes, desse ano que passou, foi o meu retorno à Itália depois de 10 anos. Reencontrar pessoas e revisitar lugares que fizeram parte de um tempo de minha vida, foi muito especial. Lembranças e saudades revividas!
domingo, 11 de novembro de 2007
Momentos em Madri
No dia 25 de outubro de 2006 cheguei a esta cidade, a fim de iniciar meu mestrado na Universidad Carlos III de Madrid. Um ano se passou...um ano de novas histórias, novos lugares, novas paisagens, novas pessoas, muita reflexao, estudos, encontros, alguns desencontros, algumas tristezas, outras alegrias, momentos de solidao, grandes presenças, boas amizades, alguns desencantos, outros encantos...conquistas e objetivos realizados, sonhos, esperanças, saudade. Enfim, um ano de, pura e simplesmente, VIDA REAL!
Um ano que provou, mais uma vez, que nao há caminho - o caminho se constrói enquanto se caminha; que nao há certezas e verdades humanas absolutas, há possibilidades; que nao há escolhas que nao possam ser mudadas; que nao há fim, há sempre um novo começo.
Um ano que me faz avançar, amadurecer em todos os níveis: razao e coraçao. Um ano que me fez redescobrir minha força interior, que pôs em teste minha capacidade de superaçao. Um ano que, em certos momentos, me fez caminhar lentamente e ofegante pelo peso das circunstâncias. Mas, o importante foi que nunca parei, nunca deixei seguir...pois, "quem nao se pôe em movimento nao sente as correntes que o prendem", pra dizê-lo com Galeano.
Tendo completado, pois, este ano em Madri, olhando agora pra trás - mas com os pés fincados no presente rumo ao futuro -, só me vêem à memória as palavras de Fernando Sabino:
"De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos começando
A certeza de que precisamos continuar
A certeza de que seremos interrompidos antes de começar.
Por isso, devemos fazer:
Da queda, um passo de dança
Do medo, uma escada
Do sonho, uma ponte
Da procura, um encontro."
Compartilho um pouco de meus momentos com vocês, que tanto estimo e prezo! Liguem o som.